O projeto de acesso de viaturas do corpo de bombeiro em edificações e áreas de risco não é um projeto muito comentado, dado a sua simplicidade, mas não deixa de ser um projeto que merece atenção. Afinal, em uma emergência, é pertinente aos bombeiros terem as condições mínimas para que suas viaturas acesse o local e consiga combater o fogo, não é verdade?
No estado de São Paulo, a instrução técnica do corpo de bombeiros que retrata sobre este projeto é a IT Nº 06/2019. Com base nela, como características mínimas para via de acesso das viaturas do corpo de bombeiros são:
- Largura mínima de 6 metros das vias de acesso;
- Suportar viaturas com peso de 25 toneladas distribuídas em dois eixos;
- Altura livre mínima de 4,5 metros;
- O portão de acesso, se houver, deve ter 4,0 metros de largura e 4,5 metros de altura;
- Vias de acesso com extensão superior a 45 metros tem a recomendação de se ter retornos do tipo circular, em formato de “Y” ou “T”. Outros tipos de retorno podem ser usados no projeto de acesso de viatura na edificação e áreas de risco, desde que garantam uma entrada e saída das viaturas.
Uma vez que o veículo dos bombeiros chega ao local da ocorrência do incêndio propriamente dito, ou seja, à entrada do lote ou condomínio, este ainda pode enfrentar graves problemas, como a dificuldade de acesso às vias internas, que muitas vezes não estão dimensionadas para permitir manobras ou suportar
veículos de grande porte. Para tanto, uma boa medida para a solução dessa questão é a observância do que estabelece a Instrução Técnica no 06 do CBPMESP — Acesso de Viatura na Edificação e Áreas de Risco. Esta
Instrução, adicionalmente à Instrução Técnica no 05, citada anteriormente, também esclarece sobre a necessidade de espaço para circulação e manobra no interior dos lotes.
A possibilidade de acesso da via até pelo menos uma das fachadas do edifício atingido pelo incêndio utilizando os equipamentos dos bombeiros é sempre desejável, para permitir intervenções de combate ou salvamento mais eficazes pelo seu exterior.
Tais condições podem ser avaliadas numa análise do projeto paisagístico juntamente com o projeto de implantação da edificação no lote, recomendando-se a observância da Instrução Técnica no 06 — Acesso de Viatura na Edificação e Áreas de Risco.
Até esta etapa do processo de desenvolvimento do projeto de arquitetura, muitos dos parâmetros de segurança contra incêndio são recomendatórios, não tendo caráter compulsório. No entanto, são parâmetros que, se conhecidos e incorporados pelos arquitetos, junto com outros vários parâmetros urbanísticos existentes, podem ser norteadores para um projeto de qualidade.
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Para saber mais:
Carolina Fernandes Ribeiro
Engenheira química, com especialização em engenharia de segurança do trabalho, mestrado em engenharia industrial e participante do grupo de pesquisa em segurança contra incêndio Fire Masters Academy.
